segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Faz arminha agora!



Letícia Roxo

Licenciada em História pela FAPA











FAZ ARMINHA AGORA!


                   Hoje pela manha, lendo o jornal, fiquei chocada com tamanha violência ocorrida neste final de semana, na zona sul de PoA. Analisando friamente estou nada a menos que, revoltada.
             Uma família num domingo de sol, compartilhando bons momentos juntos se envolve num acidente de carro e para a surpresa de todos são assassinados: triplo homicídio qualificado sem chance de defesa por um cidadão de bem que fugiu.
                 A notícia nos possibilita fazer algumas reflexões. Como as pessoas estão se sentindo “empoderadas” com uma arma. O quão fútil é a vida humana para alguns. Como a certeza da impunidade faz cidadãos de bem usarem suas armas com a desculpa de defender a vida e a propriedade privada sem medo ou vergonha.
               Pensando sobre este caso me recordo de Thomas Hobbes quando fala da maldade humana. Tô começando a me convencer que o homem é mau por natureza mesmo. Burro não! Mau. Pois, por muito tempo tentou e ate conseguiu inibir sua maldade, afinal era moralmente condenado.
                    Atualmente, egoísta e dominador está disposto a toda e qualquer crueldade para impor sua vontade, desejo, expressar sua decepção e frustração. Faz isso porque se sente protegido por um governo que em seu discurso popular legitima essa conduta com chavões como “bandido bom é bandido morto” ou então com imagens como a “arminha” feita com as mãos que se popularizou nos últimos tempos.
                        No entanto, quando o governo fascista brasileiro da o aval a esses cidadãos a usarem suas armas para “defender” a vida ou a propriedade minimiza a vida de negros, índios, mulheres e LGBT’s e facilita o porte e a posse de armas, inclusive aquelas outrora exclusivas do exército, esse governo é tão culpado quanto o assassino.
                        Rousseau dizia que estávamos no “estado selvagem”. O que diria dos dias de hoje? Não consigo pensar em outra palavra a não ser esta mesmo: SELVAGEM. Selvagem é este governo. Selvagem são estas pessoas que não usufruem de seu poder de pensar socialmente, mas compram um discurso pronto e que na maioria das vezes nem os representa. São soldados a serviço deste governo.
                          Por fim, me questiono. Quem é o culpado e de quem é a responsabilidade? Obvio que o culpado é o executor que matou. Ele puxou o gatilho e tem que pagar por seus crimes.
                     Mas que tenhamos consciência que o governo é responsável (moral) por esses crimes. E deve ser punido tanto quanto o assassino.