Se tivermos a oportunidade de estabelecermos um diálogo com um número mais amplo de brasileiros sobre questões políticas, não será surpresa que vejamos uma imensa concentração de expectativas em torno de uma “pessoa”. Grosso modo, o brasileiro médio, e só para ressaltar isso não é uma crítica demeritória, tende a achar que um poder ou a figura pessoal de um determinado político será suficiente para resolver todas as demandas e mazelas da administração pública.
O costume de intensificar suas aspirações em um único viés é provavelmente um dos efeitos nefastos do esvaziamento das questões conceituais do cotidiano brasileiro. Quem de nós cresceu sem ouvir o mantra de que Política, Futebol e Religião não se discute? Esse trio de questões emblemáticas foram incessantemente defenestrada do nosso dia a dia e a quem interessa?
Política faz parte do nosso viver diário, Religião quando adentra searas públicas de decisões e influências e futebol como uma manifestação esportiva e cultural que envolve não apenas um grande mercado profissional, mas como comunica a um gigantesco número de pessoas é sim importante que se discuta com sobriedade, princípios democráticos, interesse e um certo grau de conhecimento que foi esvaziado da nossa educação, tanto nas escolas como em nossas famílias.
Não discutir essas questões é arar o solo para o plantio de narrativas estapafúrdias e muitas vezes desonestas de grupos que querem se perpetuar no poder se locupletando com a desigualdade social, é continuar votando em candidatos comprometidos apenas com seus projetos pessoais e sem nenhum respeito pela liturgia do cargo que ocupam, é achar que no esporte possamos exalar preconceitos dos mais variados, é achar que a sua religião possa ignorar a laicidade do estado que está determinada em constituição federal e acima de tudo é flertar com ideias extremistas de direita ultraconservadora e reacionária que os ventos mundiais nos oferecem.