quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

O cerne de tudo é a educação: Desdobramentos de uma sociedade que faliu e faz as piores escolhas possíveis

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

         


Em 1989 em um dos debates dos candidatos a presidência do Brasil, o saudoso candidato Leonel Brizola respondeu ao presidenciável Fernando Henrique Cardoso, quando interpelado sobre os CIEPS com a seguinte explanação:

          “Cara mesmo é a ignorância. Esta é cara mesmo, olha o que custa para esse País a ignorância não é brincadeira...”

          No livro “A riqueza desmistificada”, o Professor Antônio David Cattani faz a seguinte consideração:

          “A despeito de serem responsáveis por catástrofes sociais e por práticas criminosas, as grandes fortunas não precisam se ocupar da própria defesa. Gente simples e quase desprovidas de recursos econômicos reage com fúria e indignação às análises críticas.”

          Na calada da noite, entre 09 e 10 de dezembro, a Câmara dos Deputados Federais em Brasília promoveu mais um triste episódio da combalida e cerceada democracia brasileira, não obstante a sua pauta espúria, os atos truculentos contra um deputado democraticamente eleito, e que não se coloca contra o povo, as cenas de cerceamento aos veículos de comunicação que cobrem a casa, a desfaçatez contra os princípios democráticos e os próprios ritos civilizatórios  mais uma vez mancha a história, tal como a tentativa frustrada de golpe institucional conduzidos por um Ex-Presidente que desrespeitou toda a liturgia do cargo ao qual foi conduzido e como um pária teve a participação fundamental no impressionante número de óbitos decorrentes da pandemia da Covid 19 em solo brasileiro e tantos outros crimes largamente conhecidos.

          O Ex-Presidente Jair Bolsonaro e toda base de parlamentares que o apoiaram nos níveis municipais, estaduais, e na câmara dos deputados federais não chegaram aos seus espaços representativos por toque mágica. Eles foram conduzidos pelo voto popular.

          É de conhecimento de grande parte da população que o número de milionários, classe média alta e classe média intermediária não é o suficiente para direcionar a equação de votos para candidatos antidemocráticos totalmente entregues aos descalabros do neoliberalismo.

          Pessoas pobres e muito pobres também votaram e foram  essenciais na eleições desses candidatos para que essa dinâmica de poder se perpetuasse.

          No livro “ A cabeça do eleitor” de Alberto Carlos Almeida uma série de explicações quanto a perfis, estratégias de campanha e outros detalhes sobre o pleito eleitoral nos elucidam sobre esse universo chamado “Eleição”.

          O que me vem a tona com as duas citações iniciais desse texto, é que se as camadas populares recebessem uma educação de qualidade e com criticidade, será que veríamos parlamentares do nível dos atuais da extrema direita ocupando a maioria dos espaços no poder legislativo e literalmente afundando o país e tornando nossos dias cada vez piores e mais vexatórios.

          Boa parte de pessoas alijadas do sistema repetem o que o Gigante “Paulo Freire” dizia: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é virar o opressor”.

          Brizola foi brilhante.

          Olha o que custou a ignorância para esse país.

 

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Alberto Carlos.   A cabeça do eleitor.  RECORD  Editora 2008

CATTANI, Antônio David.  A riqueza desmistificada. Cirkula & Marcavisual Editoras  3ª Edição 2018.

https://www.youtube.com/watch?v=Iabryg3vLkA   Acesso em: 10 de dezembro de 2025.