sábado, 1 de fevereiro de 2020

O triste e mau avanço dos “homens de bem”

Daniel da Luz Machado - Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.











O triste e mau avanço dos “homens de bem”




                   Na última sexta feira de janeiro pela manhã enquanto abastecia o carro para me deslocar ao trabalho, conversava com o atendente do posto de combustíveis que fica na esquina da minha rua. O rapaz me narrava que constantemente veículos que descem a minha rua, simplesmente para não aguardarem na sinaleira, adentram as dependências do posto, às vezes em velocidades inadequadas, colocando em risco vidas, e o que é pior ofendem com gestos os funcionários que sinalizam contra esse absurdo.

              O triplo homicídio protagonizado por um sujeito, que segundo alguns relatos jornalísticos, em suas redes sociais enfatizava esse comportamento típico do “homem de bem”, os constantes relatos de profissionais que acham normal desconfiar de determinadas pessoas em razão a sua etnia, o velho discurso de “Bandido bom é Bandido morto, se está com pena leva para casa”, “Quem mandou sair com essa roupa estava pedindo...” (Pedindo o quê cara pálida?) Enfim uma série de chavões formatadas por mentes que transcendem a limitação intelectual e se autodefinem como guardiãs de uma moral que na maioria das vezes se solidifica na hipocrisia.

                  A velha dicotomia da pergunta: Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Parece se transpor para análise cotidiana de grande parte da sociedade brasileira. Somos uma sociedade em grande parte doente e revestida desse pseudo título “Homens de bem” e por isso elegemos a presidência da república um sujeito sem o menor preparo humano e intelectual? Ou a eleição desse indivíduo e todas anomalias que o cercam, legitimaram e ampliaram a explicitação dos “Homens de bem” a ponto de ampliarmos nossos temores em função de nossa etnia, nosso gênero , nossa condição social, nossas escolhas religiosas, políticas, ou de quem damos a mão no espaço urbano?

               O avanço dos “Homens de bem” na prática se tornam inversamente proporcionais a “Bondade”, a qual esperávamos que com o desenvolvimento da humanidade pudesse se sobressair. O que infelizmente vemos é um aumento das intolerâncias, uma explicitação das monstruosidades, outrora ocultas, e agora referendadas por alguns políticos descompromissados com a vida e que impulsionam com suas bizarras manifestações essa sensação de tudo é permitido: BASTA SER UM HOMEM DE BEM.

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