segunda-feira, 26 de abril de 2021

O perigo excessivo da tutela e da falsa simetria

 

Daniel da Luz Machado

Bacharel em Administração  -  Faculdade São Judas Tadeu

Bacharelando em Ciências Sociais - UFRGS



A tentativa de diagnosticar algum tipo de comportamento coletivizado, não é algo fácil e nem deveria ser. É necessário cientificidade, metodologia e muitas vezes interseccionar conhecimentos e ciências para se chegar a algum parâmetro que tenha embasamento e possa fugir do famoso “achismo” que se perpetua nas diversas redes sociais alicerçando o mantra da “minha opinião”.

Não serei contraditório a premissa que cito no parágrafo acima, embora no processo de construção da minha opinião, possam ser contabilizados algumas boas horas de leituras com embasamento científico , aulas com Mestres de notório saber, palestras presenciais e de forma online.

O quadro distópico que estamos vivendo no Brasil é algo para estarrecer um coletivo de escritores desse gênero literário. Estamos vivenciando um quadro aterrorizante de saúde pública, diante de uma pandemia global que acentua a sua dramaticidade por coincidir com um governo insano realizado pela mais deplorável figura humana (se é que podemos adjetivá-lo assim) que se poderia imaginar(ou não) no comando de uma nação.

A criatura que preside a nação, não tem postura, despreza a liturgia do cargo, exala e explicita inúmeros preconceitos , flerta com o autoritarismo, enaltece e clama pelo lamentável período da ditadura, provoca aglomerações de maneira estúpida e criminosa, acena com o cerceamento de direitos constitucionais, esbanja tosquice e deselegância em cada palavra mal(dita), porém têm um séquito de seguidores que o veneram em um fanatismo incompressível.

É justamente sobre esse comportamento dessa pequena coletividade, que embora seja tênue a linha de lançar uma opinião, não posso me furtar de comentar alguns aspectos que tenho notado de forma empírica no trato com esse grupo que apoia cegamente o inexplicável.

Vejo muitas pessoas que no seu cotidiano não tem com escapar do convívio com os “bolsonaristas convictos”. Eles estão em nossas famílias, em nossos trabalhos e demais círculos de interação e percebo muitas vezes a repetição de uma fala com caráter “tutelar” em relação a esses grupos. Aos políticos que nas suas colocações identificam esses grupos como enganados, seduzidos por falsas premissas eu até entendo a fragilidade de sua abordagem pois suas falas podem ganhar ou reduzir apoio popular, mas me pergunto por que alguns de nós adotamos essa prática? Às vezes até falsas simetrias acabamos fazendo para manter uma harmonia que não somos causadores da ruptura?

Acredito que o primeiro passo para tentar a resolução de um problema é diagnosticá-lo e não negá-lo. Não estou pregando a ruptura total com seus círculos de convivência, mas para podermos enfrentar essa crise e essa exaltação da burrice, da cegueira e do mau caratismo é necessário que vejamos o quadro como realmente ele é.

Quem apesar do genocídio, da falta de empatia e humanidade ainda grita pelo “MITO” não tem um problema de percepção e sim tem um problema de ética e humanidade.

Como vamos lidar com os nossos que aderiram a essa catarse? Não sei e paro por aqui, porém acho que deveríamos buscar auxílio nos diversos ramos de conhecimento da área das humanas em busca de soluções para enfrentarmos essa realidade e quiçá darmos nosso quinhão de contribuição para frear a insanidade que galopa solta sobre nossa sociedade.

Em tempo: Quem segue o “MITO” não se deixa impressionar por estatísticas e outras nuances da ciência que alertem para razão, mas certamente sorrisos amarelos, falsas simetrias e o ato de passar pano para os bolsominions de estimação em nada ajudará.

2 comentários:

  1. Sempre com lógica e razão são teus textos.

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  2. Infelizmente, estamos à mercê de uma pessoa q nunca deveria ocupar o posto de alta responsabilidade com o povo.O pior é q muitos o admiram. Isso é Brasil. Até quando?

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