quarta-feira, 13 de março de 2024

A dizimação programada e o lento extermínio de categorias da educação

 



Poeta, Contista & Cronista Social









               Não é desconhecido para quem procurar ler e pesquisar sobre educação nesse país, que diversas vezes as nuances tecnicistas com intuito de formação de uma mão de obra para o mercado, sem preocupar-se com a composição de uma massa com senso crítico nortearam nossos dias.

          Tivemos ao longo de nossa história enquanto nação períodos e iniciativas progressistas e de vanguarda vide as nossas Universidades Públicas e nossos Institutos Federais que geralmente reverberam qualidade e tudo isso pautados por princípios democráticos que resistem aos constantes ataques que nascem da obscuridade de alguns setores extremados e ultraconservadores. Se dependesse da vontade de alguns, o gigante Paulo Freire sequer seria lido em terras Brasilis.

          Mas lembrando a constatação de que a bagunça na educação era um projeto, como dizia outro gigante que foi Darcy Ribeiro, vejo na condução da educação pública estadual justamente esse projeto nefasto de arrebentar com tudo de uma vez.

          Ausência de recursos humanos, precariedades de instalações, salas lotadas e a crueldade de se dividir o quadro de educadores da forma mais aviltante possível.

          Vejamos: Aumentos, que são raros e muito pequenos dados aos professores da ativa, não são repassados aos inativos e aos funcionários de escola, aliás os funcionários de escola formam a categoria mais pisoteada e invisibilizada na educação, começo a suspeitar que os que comandam a máquina pública estudaram por telepatia, pois mesmo que estudassem a distância de maneira não presencial, teriam que técnicos disponibilizassem as atividades em rede e ao menos uma secretaria para atender suas demandas e talvez isso os sensibilizasse (contém ironia).

          O sindicato tenta bravamente fazer sua parte, mas em um país onde os insetos veneram o inseticida, esta cada vez mais insalubre essa luta. Os funcionários de escola já despencaram do final da fila em relação a esse Governo estadual que segue o mantra de tantos outros que só lembram das pessoas nas proximidades eleitorais.

          Não é preciso fazer uma pesquisa quantitativa para chegar a uma amostragem substancial de que muitos dos servidores de escola, se tiverem uma chance de trocar de emprego fazem na hora, tamanho o desrespeito a que estão submetidos.

          O que sobra para os educadores aposentados então? Esses deram 30 ou mais anos de suas vidas, para verem suas míseras aposentadorias definharem na velocidade da luz, e hoje não conseguem unirem seus esforços para tentativa de pressão para mudar esse absurdo quadro.

          Enfim a uberização do trabalho já amplamente enraizada em nossa sociedade começa a rumar para uma exploração sem precedentes nesse segmento de trabalho e infelizmente não consigo vislumbrar um projeto de país altivo e desenvolvido que não tenha tido atenção e respeito redobrados com a educação.


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