Poeta, Contista & Cronista Social
Não é desconhecido para quem
procurar ler e pesquisar sobre educação nesse país, que diversas vezes as
nuances tecnicistas com intuito de formação de uma mão de obra para o mercado,
sem preocupar-se com a composição de uma massa com senso crítico nortearam
nossos dias.
Tivemos ao longo de nossa história
enquanto nação períodos e iniciativas progressistas e de vanguarda vide as
nossas Universidades Públicas e nossos Institutos Federais que geralmente
reverberam qualidade e tudo isso pautados por princípios democráticos que
resistem aos constantes ataques que nascem da obscuridade de alguns setores
extremados e ultraconservadores. Se dependesse da vontade de alguns, o gigante
Paulo Freire sequer seria lido em terras Brasilis.
Mas lembrando a constatação de que a
bagunça na educação era um projeto, como dizia outro gigante que foi Darcy
Ribeiro, vejo na condução da educação pública estadual justamente esse projeto
nefasto de arrebentar com tudo de uma vez.
Ausência de recursos humanos,
precariedades de instalações, salas lotadas e a crueldade de se dividir o
quadro de educadores da forma mais aviltante possível.
Vejamos: Aumentos, que são raros e
muito pequenos dados aos professores da ativa, não são repassados aos inativos
e aos funcionários de escola, aliás os funcionários de escola formam a
categoria mais pisoteada e invisibilizada na educação, começo a suspeitar que
os que comandam a máquina pública estudaram por telepatia, pois mesmo que
estudassem a distância de maneira não presencial, teriam que técnicos
disponibilizassem as atividades em rede e ao menos uma secretaria para atender
suas demandas e talvez isso os sensibilizasse (contém ironia).
O sindicato tenta bravamente fazer sua
parte, mas em um país onde os insetos veneram o inseticida, esta cada vez mais
insalubre essa luta. Os funcionários de escola já despencaram do final da fila
em relação a esse Governo estadual que segue o mantra de tantos outros que só
lembram das pessoas nas proximidades eleitorais.
Não é preciso fazer uma pesquisa
quantitativa para chegar a uma amostragem substancial de que muitos dos
servidores de escola, se tiverem uma chance de trocar de emprego fazem na hora,
tamanho o desrespeito a que estão submetidos.
O que sobra para os educadores
aposentados então? Esses deram 30 ou mais anos de suas vidas, para verem suas
míseras aposentadorias definharem na velocidade da luz, e hoje não conseguem
unirem seus esforços para tentativa de pressão para mudar esse absurdo quadro.
Enfim a uberização do trabalho já
amplamente enraizada em nossa sociedade começa a rumar para uma exploração sem
precedentes nesse segmento de trabalho e infelizmente não consigo vislumbrar um
projeto de país altivo e desenvolvido que não tenha tido atenção e respeito
redobrados com a educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário