Partindo de uma das premissas do
significado do verbo “educar”, que é o ato de instruir e preparar o cidadão
para vida, retomo uma discussão muito pertinente e salutar em relação a este
ato, que é o fato de mantermos uma educação conectada com a realidade.
Há em nosso país uma série de
temáticas estruturais que precisam ser debatidas, mesmo que alguns educadores
adeptos de uma escola “sem partido” façam vistas grossas e acreditem que
determinados temas envermelham as suas bandeiras dando guarida ao famigerado
“comunismo”.
Na esfera de uma escola, que deveria
ser um espaço democrático, de inclusão e de trabalhar a diversidade, repetir
ainda que, simbolicamente a distopia de Ray Bradbury o famoso Fahrenheit 451
não me parece ser o mais salutar e aconselhável.
O caso da Diretora que solicitou a
retirada do premiado livro “O avesso da pele” de Jeferson Tenório me suscita alguns
questionamentos em relação a sua atitude como gestora escolar.
Primeiramente, como se não bastassem
as premiações da obra literária, suas traduções para outros idiomas, um livro
para ser adotado como objeto de trabalho em uma escola, passa por instâncias
educacionais superiores ao ponto hierárquico que a Diretora ocupa, é discutido
por profissionais de notório saber sobre a adequação da obra e a faixa etária
que será destinada e mesmo assim para que a escola o adote, em um determinado
momento a diretora terá que assinar (de preferência lendo o que assina) e caso
o seu ponto de vista pessoal em relação a obra (se é que leu) discorde da
qualidade do livro, em uma discussão democrática promovida em alguma atividade
que se leia o livro, poderá sugerir a leitura de algo que também ache
pertinente.
Porém depois que assinou (me parece
que sem ler) tomar uma iniciativa arbitrária e deselegante em relação ao livro,
pode me ensejar a pensar em racismo estrutural, mas aí já é pedir demais.
Afinal quem costuma assinar sem ler,
ainda que a burocracia do cargo seja extensa, não me parece conhecer ou querer
discutir esse conceito estrutural.
Enfim! Não estou afirmando nada, mas
elucubrando diante desse paradoxo de quem deveria educar.
Perfeita colocação!
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirPerfeito, mas o mais simples "ELA" não o fez.... ler !!!
ResponderExcluirExatamente.
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