domingo, 27 de março de 2016

Ouvimos com atenção ou interpretar tornou-se um fardo difícil demais para nós na atualidade?

 Ouvimos com atenção ou interpretar tornou-se um fardo difícil demais para nós na atualidade?

 Daniel da Luz Machado - Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela UFRGS & Ator


       Quem de nós não suscitou uma discussão, simplesmente por um equívoco interpretativo? Quem de nós não passou a antipatizar com o colega de trabalho, o colega de aula ou o vizinho por que as ideias não convergiram para o mesmo mote? Aquele que não vivenciou essa dinâmica que atire a primeira pedra.  
Estamos vivenciando um momento onde os nossos ânimos parecem sempre à beira de entrar em colapso, seja no trânsito, no trabalho, na faculdade ou em casa com nossos familiares. Um dia desses presenciei uma discussão acalorada em uma disciplina na faculdade que a meu ver iniciou-se mais por um erro de interpretação em uma das falas do interlocutor  o que gerou uma acirrada disputa de ideias e até causou-se um certo constrangimento aos colegas de classe.                                                                                 Enfim, longe de tomar partido na contenda instalada, fiquei refletindo que esta premissa se repete praticamente em tudo e que muitas vezes se simplesmente ouvíssemos com atenção evitaríamos desgastes necessários.Quanto aos erros de interpretação, esses ficam a cargo de uma predisposição a intolerância associada a um déficit de leitura que apesar de não ser levado a sério pela maioria das pessoas , certamente em algum momento trará a sua nefasta contribuição à tona. Ler, ler e continuar sempre lendo não apenas amplia  nosso vocabulário, como nos empodera de conceitos e contextos a fim de que possamos aguçar nosso viés interpretativo que servirá para diversas ocasiões em nossa vida. Uma delas, por exemplo, evitar embates e rancores apenas por não ter entendido a mensagem recebida. Em tempos de relações  líquidas e balizadas por um etnocentrismo cada vez mais acentuado, comunicar-se bem torna-se imperioso e a base de uma boa comunicação passa pela nossa capacidade de assimilação e real entendimento das mensagens que recebemos das outras pessoas.Se não ampliarmos nossa capacidade de entendimento, a intolerância que paira no ar nos fará fecharmos a mente para boas ideias que surjam ou simplesmente nos conferir aquele ar blasé de quem acha que sabe de tudo e não nos possibilitar a reflexão oriunda do bom debate. Quanto ao debate oriundo do erro interpretativo e provocador de celeumas, esse eu apenas procuro ver e ouvir, mas sinceramente dispenso e não participo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário