sexta-feira, 8 de julho de 2016

Não temos mais o direito de nos calarmos e ficarmos alheios ao cenário que se avizinha.


Não temos mais o direito de nos calarmos e ficarmos alheios ao cenário que se avizinha.



 Daniel Machado da Luz - Administrador pela Faculdade São Judas, Bacharelando em Ciências Sociais.


      O pseudo Presidente Interino (diga-se ilegítimo) Michel Temer  afirmou que “adotará medidas impopulares em certo momento” na abertura do Global Agribusiness Fórum 2016 em São Paulo ressalvando que sua permanência no governo até 2018 depende da eventual decisão de saída da Presidente afastada Dilma Rousseff pelo Senado Federal e em um arroubo de cinismo ainda teve o despautério de afirmar (provavelmente em tom escrachado) que caso coloque o Brasil nos trilhos não esperará mais nada da vida pública, talvez não espere porque o meritocrático e precoce “Michelzinho” que em tenra idade já possui milhões em patrimônio talvez siga a carreira pública do pai.    

                   Declarações como esta, somadas a declarações do Governador Sartori e outros governadores, parlamentares e agentes políticos em todo o território brasileiro me traz a triste constatação de que a inércia provocada pelo discurso fomentado pelas elites que “Política não se discute” e “ Todos são iguais e por isso não me interessa política” hoje geraram frutos nefastos e intragáveis.     

          Diariamente presenciamos notícias surreais em todas as esferas com a complacência de parte muito grande da população. Vejamos: Alguns dos políticos mais corruptos da história nacional deram um golpe em um governo que, apesar de vários escândalos em alguns dos seus quadros, não inventou a corrupção e cujo sua Presidente não tivera nenhuma comprovação de ilicitude. 

                   Ao passo que Eduardo Cunha, Jucá, Renan Calheiros, Aécio Neves e o próprio Michel que também tem o nome envolvido em maracutaias andam não apenas bem livres, como ditando regras e falando o que querem sem que a justiça use a sua esperada imparcialidade   na hora de julgar e afastar da vida pública esses que tudo acusam, mas que também parasitam há tanto tempo.                                                  
              
             Seguimos em um cenário aterrador onde estudantes e professores que em hipótese alguma ofereciam alguma ameaça física serem covardemente e de forma truculenta acossados por policiais militares em cenas deploráveis que não passaram na maioria dos noticiários, mas que em redes sociais circularam amplamente, vemos o massacre do povo indígena por parte de grandes latifundiários, o genocídio da população jovem negra, a homofobia em níveis intoleráveis, a reversão de direitos trabalhistas a tentativa explícita de sepultar de vez os aposentados a não ser os aposentados parlamentares que tem o mau caráter  de questionar a previdência social, mas que se aposentam após dois mandatos em um total de 8 anos, mas que desejam que o trabalhador comum se  aposente quando estiver beirando a morte.   
  
                          Diante de tudo isso devemos levantar a voz e devemos nos inteirar sobre a condução política de nosso País sob o risco de continuarmos em uma inércia que faça voltar a sensação nefasta do período ditatorial, visto que Deputados ineficientes e sem relevância elaboram projetos de lei pedindo a escola sem partidos o que nada mais é do que uma retórica muito mal feita, para encobrir sua desfaçatez e manter sim uma escola sem reflexão e partidarizada com a camarilha da qual costumam fazer parte. Como poderemos resistir?     
                        Participarmos das nossas associações de bairros, acompanharmos algum grupo de movimento social, trocar a leitura de periódicos comprometidos com a elite por blogs e outras veículos com um posicionamento mais isento para vermos outras opiniões, darmos audiência para rádios comunitárias e principalmente abandonarmos o mantra de que odiamos política.    
                            Vivemos em uma democracia que a cada dia se esvai justamente por que ao não participar deixamos o caminho livre para uma corja de verdadeiros malfeitores e que caso sigamos neste patamar de alienação em nosso cotidiano voltaremos a restrição total que tinha no período de chumbo da política brasileira na mão dos militares.   
           
                        Não podemos respeitar nem levar a sério um governo que lança um slogan: Não pense em crise trabalhe.                                 
                                                                     
                         Eu não quero viver a ditadura de novo e por isso conclamo a todos que tem uma pequena formação, para que olhemos esse exemplo maravilhoso dos estudantes nas  ocupações e lutemos elevando nossa voz e nossa participação e nossa contestação a este status quo tirano que se avizinha no Brasil.

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