Não temos mais o direito de nos calarmos e ficarmos alheios ao cenário que se avizinha.
O pseudo Presidente
Interino (diga-se ilegítimo) Michel Temer
afirmou que “adotará medidas impopulares em certo momento” na abertura
do Global Agribusiness Fórum 2016 em São Paulo ressalvando que sua permanência
no governo até 2018 depende da eventual decisão de saída da Presidente afastada
Dilma Rousseff pelo Senado Federal e em um arroubo de cinismo ainda teve o
despautério de afirmar (provavelmente em tom escrachado) que caso coloque o
Brasil nos trilhos não esperará mais nada da vida pública, talvez não espere
porque o meritocrático e precoce “Michelzinho” que em tenra idade já possui
milhões em patrimônio talvez siga a carreira pública do pai.
Declarações
como esta, somadas a declarações do Governador Sartori e outros governadores,
parlamentares e agentes políticos em todo o território brasileiro me traz a
triste constatação de que a inércia provocada pelo discurso fomentado pelas
elites que “Política não se discute” e “ Todos são iguais e por isso não me
interessa política” hoje geraram frutos nefastos e intragáveis.
Diariamente
presenciamos notícias surreais em todas as esferas com a complacência de parte
muito grande da população. Vejamos: Alguns dos políticos mais corruptos da
história nacional deram um golpe em um governo que, apesar de vários escândalos
em alguns dos seus quadros, não inventou a corrupção e cujo sua Presidente não
tivera nenhuma comprovação de ilicitude.
Ao
passo que Eduardo Cunha, Jucá, Renan Calheiros, Aécio Neves e o próprio Michel
que também tem o nome envolvido em maracutaias andam não apenas bem livres,
como ditando regras e falando o que querem sem que a justiça use a sua esperada
imparcialidade na hora de julgar e afastar
da vida pública esses que tudo acusam, mas que também parasitam há tanto tempo.
Seguimos
em um cenário aterrador onde estudantes e professores que em hipótese alguma
ofereciam alguma ameaça física serem covardemente e de forma truculenta
acossados por policiais militares em cenas deploráveis que não passaram na
maioria dos noticiários, mas que em redes sociais circularam amplamente, vemos
o massacre do povo indígena por parte de grandes latifundiários, o genocídio da
população jovem negra, a homofobia em níveis intoleráveis, a reversão de
direitos trabalhistas a tentativa explícita de sepultar de vez os aposentados a
não ser os aposentados parlamentares que tem o mau caráter de questionar a previdência social, mas que
se aposentam após dois mandatos em um total de 8 anos, mas que desejam que o
trabalhador comum se aposente quando
estiver beirando a morte.
Diante
de tudo isso devemos levantar a voz e devemos nos inteirar sobre a condução
política de nosso País sob o risco de continuarmos em uma inércia que faça
voltar a sensação nefasta do período ditatorial, visto que Deputados
ineficientes e sem relevância elaboram projetos de lei pedindo a escola sem
partidos o que nada mais é do que uma retórica muito mal feita, para encobrir
sua desfaçatez e manter sim uma escola sem reflexão e partidarizada com a
camarilha da qual costumam fazer parte. Como
poderemos resistir?
Participarmos das nossas
associações de bairros, acompanharmos algum grupo de movimento social, trocar a
leitura de periódicos comprometidos com a elite por blogs e outras veículos com
um posicionamento mais isento para vermos outras opiniões, darmos audiência
para rádios comunitárias e principalmente abandonarmos o mantra de que odiamos
política.
Vivemos
em uma democracia que a cada dia se esvai justamente por que ao não participar
deixamos o caminho livre para uma corja de verdadeiros malfeitores e que caso
sigamos neste patamar de alienação em nosso cotidiano voltaremos a restrição
total que tinha no período de chumbo da política brasileira na mão dos
militares.
Não
podemos respeitar nem levar a sério um governo que lança um slogan: Não pense
em crise trabalhe.
Eu
não quero viver a ditadura de novo e por isso conclamo a todos que tem uma
pequena formação, para que olhemos esse exemplo maravilhoso dos estudantes
nas ocupações e lutemos elevando nossa
voz e nossa participação e nossa contestação a este status quo tirano que se
avizinha no Brasil.
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