sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Erva Daninha da Sociedade

Letícia Roxo - Licenciada em História pela Fapa, professora da Rede Pública Estadual.














Erva Daninha da Sociedade


Com toda repercussão sobre o caso da professora espancada em Santa Catarina ainda me surpreendo com o ser humano, negativamente.

Após ler sobre o fato e ouvir a professora agredida nas mídias me deparo com todos os tipos de comentários, principalmente, legitimando a agressão sofrida.

Novamente, vejo nítido o dualismo do contexto histórico o qual estamos vivendo, onde se classifica e qualifica alguém por sua posição politica. Ou se é “coxinha” ou “ petralha” ou direita ou esquerda. E qualquer coisa se justifica por nossa escolha politica ou ausência dela.

Acusam a professora de ter merecido a agressão porque ela tem postura politicas de esquerda, porque é contra governo golpista, porque defende a legalidade do governo da presidenta Dilma, porque defende o exercício dos direitos humanos e é contra deputado racista, homofóbico, misógino e ditador. (Eu tento entender o pensamento do ser humano, mas confesso que tenho dificuldades. Não me parece nada racional pensar que, porque ela postou em seu Facebook pessoal sobre seu apoio a ovada a um político escroto, ela merece e apoio agressão física. Pessoas que pensam desta forma devem acreditar que a culpa do estupro é da roupa curta ou que todo ladrão é negro, e assim por diante).

Entretanto, pouco se fala dos sintomas, muito menos das causas da nossa sociedade estar tão agressiva, violando direitos humanos básicos, cometendo crimes de intolerância cada vez mais frequentes. Justificar o injustificável e atribuir a culpa a vítima, hoje, está se tornando erva daninha, só se prolifera.

Tristes tempos onde o ser humano não deseja justiça, ele busca vingança, justiça com as próprias mãos. Me vejo nos tempos atuais com o código de leis do rei Hamurabi e as pessoas, realmente, acreditando que “olho por olho, dente por dente” é o mais acertado.

E nesse contexto caótico era para emergir a figura do nosso judiciário, do Ministério público para intervir e nos devolver uma “paz social”. No entanto, nosso governo é golpista (gasta nosso dinheiro para se livrar de seus crimes), nosso legislativo é tão corrupto quanto (também está mais interessado em camuflar seus atos ilícitos do que legislar para o povo), o judiciário conivente (e usufruindo de seus muitos benefícios e privilégios). Ou seja, governo doente, sociedade doente, instituições doentes, todos perderam a noção de tantas coisas..., mas, o bom senso e a legalidade foram as primeiras a nos abandonar.

Voltamos, será, ao estado de natureza de Hobbes?

O Ódio Comum...

Rafael Borba é licenciado em História pela Fapa, professor da Rede Pública Estadual.








O Ódio Comum...

Não é simples analisar um período histórico, mais difícil ainda é compreender o tempo histórico no qual estamos inseridos. Se despir da subjetividade e ser prático é um exercício complicado.

A atual conjuntura política de nossa sociedade é pautada pela polarização, opiniões e análises são rapidamente caracterizadas como sendo de “esquerda” ou de “direita” e o seu conteúdo será desprezado caso o ouvinte ou leitor se enquadre em uma posição diferente daquela que acredita ser a opinião do que esta analisando.

Este comportamento binário não ajuda no debate, é como se você estivesse constantemente pisando em ovos com medo de ser tachado de coxinha ou petralha (Aparentemente o corretor do Office é petralha, pois não me permitiu escrever este termo sem reclamar).

Outra problemática é a ânsia de opinar, todos querem tecer suas opiniões, comentar, argumentar, contra-argumentar. No entanto muitos comentam sem ter conhecimento o suficiente sobre aquilo que está sendo discutida, a política é um bom exemplo. Liberdade de expressão é, em minha opinião, diferente de afirmar que 1+1 = 3, é claro que você tem todo o direito de dizer isso, mas está necessariamente errado. No caso da política não é tão simples assim, os cálculos são muito mais complexos. É exatamente por causa desta complexidade que nos acostumamos com certas afirmações.

Infelizmente este cenário é propício para a proliferação de muitos argumentos ideológicos de ódio. Eles começam como desculpas, por exemplo: “Você entende que o colega tem uma opinião um pouco racista.”, mas perdoa porque no geral “ele é uma pessoa boa” ou porque, afinal, “ele não entende do que está falando”. Você convive com essas coisas, vai observando a realidade se transformar.

A solução para esta dicotomia não é simples, ela passa por tolerância e uma boa educação, uma mais libertária e humanista. Não é uma questão de dizer que não existe certo ou errado, é saber aceitar aquilo que é diferente, é compreender o direito do outro. Não é fácil, mas é fácil saber se você está errado:

É sempre aquele “Mas”:
Eu não sou racista, Mas...
Eu concordo com o feminismo, Mas...
Eu não tenho nada contra gays, Mas...
Hitler foi um tirano, mas...

E então ele esta ali na sua frente, um rinoceronte, como na peça Le Rhinocéros de Eugène Ionesco. Foi na época da minha graduação que um Artista, amigo meu, contou-me sobre o espetáculo, lembro que fiquei encantado com a ideia central do texto, rinocerontes andando para lá e para cá, primeiro eles causam espanto, mas com o tempo vamos acostumando com eles, algumas vezes até nos tornamos um.

Nós vamos acostumando com os discursos, com os “Sieg Heil”. Com certeza eles são rinocerontes andando na luz do dia, mas são cada vez mais comuns no cotidiano. Tão comuns que quando um aluno agride uma colega de profissão, eles se sentem comuns o suficiente para dizer que “ela mereceu!” Afinal ela não tem o mesmo discurso que eu. Não merece ser ouvida. Ela merece ser calada! Ela fica a mercê dos Rinocerontes, cada vez mais comuns.

E de onde eles vêm? Provavelmente do seu círculo de amizades, da empresa, de sua família, ele pode dormir do seu lado durante a noite e ele pode ser você! Mas eu tenho certeza de que ainda não são a maioria.

 Até onde consigo perceber, muitos não possuem a verdadeira dimensão de sua “opinião política”, mas aceitar neonazismo é um pouco demais para mim. Falta compreensão da democracia, da economia, da política. Eu pessoalmente engatinho nestes conceitos, estou longe de ser um Leandro Karnal ou um Ricardo Fitz, mas tenho certeza de que se a conclusão final são medidas mágicas como “matem todos” alguma coisa tem que estar errada, ou com o discurso ou com o individuo.

O direito político da nobreza feudal advinha de seu nascimento, era a legitimação final para o seu poder. “Sou porque assim nasci!”, para o nobre medieval a sua posição era um direito, um mérito.

O liberalismo surgiu como vertente antagônica a este pensamento, ele era a crítica ao antigo regime. Talvez eu seja um liberal ao criticar a classe Jurídica atual, descendentes da anterior? É claro que se pode afirmar que, para alçar ao cargo de juiz, você precisa ser merecedor, ter estudo, passar no concurso. Isso é verdade, mas ao filho do trabalhador, na escola pública atual, este direito lhe é negado.

Escola pública é o remédio para a “Rinocerontite”. Você não pode falar em igualdade e em sociedade capitalista enquanto não existir uma escola pública de qualidade e a resolução para isso não é assim tão complicada, ela se chama investimento.

Este investimento tem que vir de dois lugares, primeiro o financeiro. Você simplesmente não pode esperar que sem dinheiro existam condições físicas e de RH. O outro investimento tem que vir da sociedade, através do respaldo ao profissional, o professor é peça chave, nós merecemos ser respeitados.

Recentemente eu me dei conta de outro ganho que tenho na minha profissão, que vai além do monetário, é o reconhecimento que vem dos alunos quando eles te dizem que teu trabalho fez alguma diferença em suas vidas. Todo o professor faz isso, mas aqui estamos nós apanhando na cara e tendo que conviver com os rinocerontes. A única solução para isso é a escola pública de qualidade.

Com relação à polarização política, é muito mais complicado.

Talvez para alguns, este seja o texto de um petralha, para outros o texto de um coxinha...
Na verdade é o texto de um professor tentando compreender a atual polarização do pensamento político e pedindo maior investimento em educação.

Talvez a sua solução seja outra, a luta de classes, o desenvolvimento econômico, qualquer que seja ela eu tenho certeza que é inatingível sem educação de qualidade para o cidadão.
Isso se o seu objetivo for uma sociedade igualitária. Igualdade só é possível quando os índividos possuem as mesmas condições, o que está muito distante da realidade, a meritocracia não funciona se você sobe na vida por indicação, vindo de uma família rica.

A solução para a polarização política? Essa a mais difícil, ela passa por muito conhecimento. Visões políticas antagônicas sempre vão existir, mas o debate não pode ser rebaixado a uma briga de torcidas, é necessário encontrar soluções e objetivos em comum, exceto com os rinocerontes, em minha opinião.

Você precisa saber se o discurso político que defende é realmente aquilo que você espera ou acredita. É preciso aceitar a possibilidade de que você esteja errado, de que talvez você não tenha lido o suficiente, de que talvez você não saiba do que esta falando. Isso não quer dizer que você deva se calar, apenas que não é necessário defender com unhas e dentes o seu argumento e se recusar a ouvir aqueles que discordam.

É preponderante saber ouvir!

Os rinocerontes? Eu acredito que eles ainda não aprenderam a ouvir.

 Se eu acho que devemos ouvir os Rinocerontes? Não, nem toda a ideologia é valida. Devemos parar de dar espaço para o ódio, o racismo, o preconceito, o machismo, a tortura e a ignorância. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O ataque que vem do lado e do vácuo da consciência




Daniel da Luz Machado é Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela UFRGS



O ataque que vem do lado e do vácuo da consciência






            Ousar a falar no termo “consciência de classe” nos dias atuais, pautados pelas dicotomias e reducionismos,  é procurar isolamento, brigas ou  olhares de má vontade de muito de nossos pares. É impressionante como o significado de ter consciência de alguma coisa, nesse caso ter consciência da classe a qual pertence, parece te ligar a uma questão puramente ideológica em termos políticos.

            A imensa cruzada contra política disseminada pelas elites, aliás, é tema para outra reflexão e voltando para o tema proposto, embora Marx e outros pensadores abordem com frequência o conceito de pertencimento de classe e por consequência a noção que o trabalhador deva possuir do contexto ao qual está inserido, isso de forma alguma monopoliza a expressão a ponto de fazer com que aqueles que não comungam dessa corrente de pensadores, não possam ter consciência de si mesmo e das estruturas sociais as quais estão submetidos.

            Atualmente confunde-se em larga escala, possibilidade de crédito, faixa de ganhos salariais e determinados benefícios, ou até mesmo grau de instrução como balizadores de pertencimento social.

        Falta a grande parte da população a noção exata do seu papel diante das engrenagens sociais. Um médico que precisa trabalhar em duas ou mais clínicas e não for herdeiro de negócios familiares e se encontra muito longe de ter seu consultório próprio é trabalhador; um professor universitário que não tiver sua própria rede de escolas ou sua própria faculdade é trabalhador; o gerente de uma rede de varejo se não for filho dos donos é trabalhador. 

            Trabalhadores não são apenas os que prestam serviços sem o glamour social e com remunerações  menores e defasadas. Trabalhadores são todos que vendem a sua força de trabalho para sobreviverem e isso  goste ou não transcende as questões marxistas e demais pensadores da sua corrente, isso é a mais pura e relevante realidade e quando isso não é assimilado os poderosos, dos quais não somos colegas de classe, aproveitam para impor ainda mais os sacrifícios pelos quais muitos reclamam e até se tornam apolíticos  em decorrência.

            Urge a compreensão por parte de todos dessas noções, para que cessem os ataques aos que estão ao nosso lado e se dispõem a lutar por direitos que contemplarão uma classe.
            Em tempos uma pequena mobilidade social, muitas vezes está inserida dentro do seu próprio ethos, onde você melhora economicamente em relação aos seus pares, mas isso de forma alguma te eleva ao status de classe dominante, pelo contrário você é apenas um trabalhador, ainda que bem remunerado se vendes tua força produtiva, não serás nada, além disso.
           



sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O calar das panelas: elas nunca foram contra o PT....

O calar das panelas: elas nunca foram contra o PT....

Sérgio Pires - Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bacharelando em Ciências Sociais, com ênfase em Antropologia, pela UFRGS.





O calar das panelas: elas nunca foram contra o PT....

Avenidas completamente lotadas de pessoas protestando, rostos pintados de verde e amarelo, camisetas da CBF, faixas pedindo o impeachment, pedidos de democracia e de intervenção militar (entenda-se esse paradoxo!), grandes patos amarelos seguidos como se fossem divindades redentoras, e danças coreografadas, além, é claro, de um bom champanhe, afinal, para aparecerem na ampla cobertura televisiva, era necessário um pouco de ostentação.

Qual a motivação desses protestos domingueiros? O que estava realmente em jogo nos intensos movimentos em favor do impeachment? Quem compunha aquela massa verde e amarelo que tomaram as ruas pedindo a saída do PT do poder?

Muito motivados pelos espetáculos dos grandes furos de reportagem, a cargo, é claro, da emissora mais poderosa do país, apresentados pelo Pop Star da República de Curitiba, e também por pseudo-intelectuais, como Carvalhos, Frotas, Lobões e etc., essa grande massa verde e amarelo se mobilizou de modo intenso, afinal, era necessário, questão de soberania nacional, acabar com a corrupção no país, tirando o principal culpado por todos esses escândalos, segundo a confiável revista “Olhe” e o canal “plom-plom” de televisão.

Pois bem, através de um julgamento político, o PT foi tirado do poder via impedimento, uma vez que, pedaladas fiscais eram algo mortalmente ilegais, coloco o verbo no passado porque esse é o tempo correto, pois logo após assumir o cargo de presidente da república, letras minúsculas sim, as pedaladas passaram a serem oficiais, regulamentadas por lei, o que na verdade eram uma prática corriqueira na administração pública.

O que podemos verificar a seguir ao impedimento, o que de acordo com a grande massa domingueira salvaria o país, foi, na verdade, uma série de articulações e escândalos promovidos pelas delações, não as da República de Curitiba, pois essas têm o crivo e a edição do Pop Star, mas sim as da PGR, que mostraram a intensa negociação de propinas entre altos cargos do executivo, inclusive do próprio presidente, com escutas, gravações e filmagens, que provam o quanto de corrupção este governo fez e ainda vem fazendo.

De modo estarrecido, observamos helicópteros carregados com cocaína serem apreendidos em terras de senadores da república, ouvimos escutas telefônicas combinando pagamento semanal de propinas para manter certo deputado, que não é tucano, de bico fechado; outra escuta onde, além de combinar quais seriam as nomeações na justiça federal, dava a entender ordens de execução, ainda teriam outros escândalos para elencar, mas quero fechar com o maior de todos: 14 bilhões do dinheiro público destinados para salvar o presidente da investigação por corrupção...parece impossível? Mas não foi, aconteceu exatamente assim, liberação dessa soma absurda e o arquivamento do processo, e, claro, quem investe um montante desses quer prestação de contas, e em virtude disso, quem votou contra será convidado a se explicar...pois é.

E as panelas que bradavam contra a corrupção? E os protestos domingueiros no Parcão, na Paulista ou no Leblon? As camisetas da CBF, onde estão? Por onde andarão aqueles dançarinos, que em louvor ao pato da fiesp, dançavam pelo fim da corrupção? E as belas senhoras com seus pets e champanhe? Nada, em lugar nenhum, nenhuma panela bateu ante tanta corrupção explícita! Será que ficaram concentradas em mais um show do Pop Star de Curitiba, que tentou encortinar toda essa situação com a sentença do Grande Operário? Não, elas estavam mesmo em silêncio, panelas nos armários, tintas retiradas dos rostos, camisetas da CBF no guarda-roupa, e os patos desinflados...

Afinal, não eram estes que protestavam contra a corrupção? Onde estavam eles então nesse momento da história do país? Momento esse que estamos servindo de chacota na imprensa internacional.

Creio que, antes de sabermos onde estão, é mais importante sabermos quem são eles. Aquela grande massa em verde e amarelo era composta, não de um grupo homogêneo, mas sim heterogêneo, onde podemos destacar uma grande parcela de pobres que, por aumentarem, não sua renda, mas seu poder de endividamento, e dessa maneira conseguir comprar bens de consumo, acreditando pertencer a classe média; integrantes da classe média, baixa e alta, e também integrantes das classes mais abastadas.

O real motivo de saírem às ruas, não era o impeachment, nem o PT, e tão pouco a corrupção, pois  estão coniventes com ela, mas o que de fato os impulsionava, e que os faziam gritar a plenos pulmões é pura e simplesmente o ódio aos Pobres, à Classe Trabalhadora, à População Negra, aos Movimentos Sociais, aos Indígenas, ao Movimento LGBT, e tantos outros segmentos minoritários.

Nesse país, durante o tempo que era colônia de Portugal, existiu uma ordem natural na sociedade, que hierarquizava relações e espaços sociais, e para muitos que pertencem às classes mais abastadas, essa ordem ainda vigora, e quando um governo promove uma quebra desse paradigma, o ódio e a repulsa de nossa elite entreguista vem à tona, e com toda a sua força o destilou  ao ver Pobres, Negros e Indígenas nas universidades, lado a lado com seus filhos, ao ir ao aeroporto e se deparar com um Pobre na fila do embarque, a ter que, com sua caminhonete importada, dividir as vias com os carros populares, ao ver que as terras de suas famílias podem diminuir pela demarcação de terras Indígenas e Quilombolas, e ao ter que assinar a carteira de trabalho de sua doméstica que agora tem direitos assegurados.

Os protestos domingueiros nunca foram contra o PT ou a corrupção, mas sim contra o povo, sim, esse povo que pega ônibus, que luta diariamente, que paga seus impostos, que constrói a riqueza desse país com seu trabalho duro, seja no campo ou na cidade, e que teve uma melhora significativa em sua vida através do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para essa população.

A ascensão econômica, cultural e educacional das classes populares, nunca foi aceita pelas elites deste país, que acreditam que a População Pobre existe para serví-los, e somente isso, para essa elite é inadmissível ver pobres se formando no Nível Superior, pois tem é que no máximo saber ler e escrever para poder trabalhar. Políticas de distribuição de renda? Jamais, isso é assistencialismo, tem é que voltar a trabalhar em condições análogas à escravidão. Direito trabalhista? É empecilho para o pleno emprego. Reforma agrária? Nunca, isso é dar terra para vagabundo. Cotas em universidades ou concursos públicos? Absurdo, somos todos iguais, basta se esforçarem. Demarcação de terras indígenas e quilombolas? Imagina, eles nem sabem o que fazer com a terra. É dessa maneira que as elites pensam, e foi por isso que saíram às ruas, ajudadas por uma massa de pessoas que compraram o discurso da meritocracia e acreditam fielmente que se tornarão ricos somente trabalhando, e para garantir seus privilégios seculares, provenientes da exploração do povo e da máquina pública.

Não meus amigos, as panelas nunca foram contra o PT ou a corrupção, mas sim contra as classes populares, que, ainda que por um breve tempo, vislumbraram um futuro mais justo, democrático e igualitário!