sábado, 21 de dezembro de 2019

A velha crueldade de Eduardo Leite

Paulinho dos Santos é Cientista Social formado pela UFRGS ,, Mestrando em Ciência Política pela UFRGS e Militante de Causas Sociais.














Não existe nada mais velho, do que aquele que se reivindica novo para defender as ideias mais antiquadas e cruéis que existem.

O governador Eduardo Leite (PSDB) aprovou, com ampla maioria, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul o Projeto de Lei Complementar nº. 503/2019 – PLC 503. Esse projeto não é um simples projeto, mas sim, uma reforma da previdência ainda mais drástica do que a aprovada no Congresso Nacional.

Leite usou da sua base parlamentar no Legislativo gaúcho para atacar diretamente a vida das trabalhadoras e dos trabalhadores do Estado, sem nenhum diálogo com aquelas e aqueles que fazem o serviço público acontecer.

Nisso, não há nada de novo. Antônio Britto acabou com carreiras, privatizou setores estratégicos para o Estado e desestimulou a economia gaúcha; Yeda Crusius, com sua famigerada política de “déficit zero” arrochou a vida dos trabalhadores; Sartori passou quatro anos parcelando salários, sem sequer fazer a reposição inflacionária anual no salário dos que trabalham, e muito, para o desenvolvimento do Estado. Eduardo Leite prometeu “tirar a bunda da cadeira” e fazer gestão, pois segundo ele “dinheiro há, o que falta é gestão”.

O que há em comum entre eles? A mesma cartilha neoliberal. E Paulo Guedes, o Ministro da Economia de Bolsonaro, é o seu malvado favorito, pois personifica o discurso de ataque ao serviço público e à política econômica de indução à economia.

Eles têm horror ao público. Eles têm aversão a quaisquer tipos de políticas que possam usar do Estado para regular e induzir o desenvolvimento socioeconômico. O neoliberalismo deles é uma paixão exacerbada ao mercado. Sua ideologia é conduzida pelo mais puro “mercadismo”. E eles não têm pudor algum em defender isso e acusar os seus adversários de estimularem uma “guerra ideológica”.

Na noite do dia 18 de dezembro de 2019, Eduardo Leite aprovou o confisco da aposentadoria dos servidores públicos. Professoras, professores, policiais e demais servidores aposentados terão um valor de 14% ou mais confiscados do seu salário. Aqueles que se aposentaram com um salário mínimo terão que devolver mensalmente ao cofres do Estado o percentual de 9%.

Eduardo Leite é cruel ao imputar aos servidores públicos a culpa da desorganização do caixa do Estado do Rio Grande do Sul. E é ainda mais cruel ao cobrar dessas trabalhadoras e trabalhadores um esforço diferenciado do que cobra dos mais poderosos. Aos ricos são oferecidas as mais diversas isenções fiscais, desonerações, parcelamentos e perdão de dívidas, aos servidores públicos taxas, cobranças e confiscos.

Tudo isso é parte de uma mesma ideologia que vem tomando conta do país desde 2016. As mais diversas reformas que atacam direitos já foram apresentadas e aprovadas, o resultado tem sido o aumento do desemprego, a desvalorização do salário, a queda no poder de compra e a retração da economia. Se essas são as políticas que eles têm a nos oferecer, contra ela (a ideologia neoliberal) nós iremos nos opor!

Nossas bancadas de deputados e deputada estaduais, bem como as bancadas de vereadores e vereadoras nos nossos municípios, estão firmes na luta contra todos esses projetos que atacam o serviço público. Estamos nas ruas e nos parlamentos, ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, em defesa do nosso povo, afinal, atacar o servidor público é atacar indiretamente todas as pessoas que precisam do Estado e de suas políticas públicas. No fim, quase todos sofrem, exceto os ricos.

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