Daniel da Luz Machado - Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A precarização exacerbada do funcionalismo público
O
neoliberalismo ,à brasileira, há muito intenta a total implosão do contexto de
bem estar social. Passaram governos um pouco mais a esquerda e outros um pouco
mais a direita, porém ambos a seu modo, privatizando mais ou menos, ainda
conseguiram garantir um mínimo de dignidade ao funcionalismo e por via de regra
a garantia de uma prestação de serviços razoável, com falhas, porém com acertos
que contemplassem as camadas mais pobres que são as que mais precisam dos
serviços públicos.
Com
a chegada ao poder de uma extrema direita raivosa, que fez da bandeira da luta
contra corrupção o seu simbolismo maior, embora em termos de corrupção a “Nova
corte e seu séquito de seguidores” façam corar até quem tirava pirulito de
criança, nunca a agenda dos neoliberais brasileiros obtivera tanta vantagem na
sua implementação.
O
governo estadual do RS completamente afinado com o Governo Federal de Bolsonaro
e capitaneado pela batuta do Ministro Paulo Guedes à serviço do grande
empresariado (Que é quem realmente manda no País) acelera de uma forma quase
distópica a destruição da estrutura pública.
A
mão invisível do mercado já havia precarizado de forma acentuada as relações
formais de trabalho na iniciativa privada, com a falácia dos discursos
inconsistentes dos famigerados empreendedorismo e meritocracia, o processo de
“uberização” das relações profissionais coloca todos no “informal” abrindo mão
de direitos tão dolorosamente conquistados no curso da história.
O
Governador Eduardo Leite, eleito no vácuo da falta de politização e consciência
de classe de grande parte da população, apresenta uma agenda que não apenas
pune os cidadãos que dependem dos serviços públicos, mas também precariza e
humilha servidores ativos e inativos. Creio que não haverá mercado informal
suficiente para fornecer o famoso “bico” aos servidores que excetuando os
privilegiados dos poderes judiciário e legislativo e alguns do primeiro escalão
do executivo, irão precisar para complementar as suas combalidas receitas que
muito longe passam da valorização e dos reajustes necessários.
Os
ataques do Jovem Governador (de velhas práticas) ao funcionalismo transcende ao
menor aspecto de empatia com quem está na base e tem as menores remunerações.
“O leite oferecido é insalubre” e ao submeter os servidores com menores
salários ao esdruxulo pacote de ajuste fiscal quem realmente perderá é a
população mais pobre que depende desses serviços, além dos pequenos
comerciantes que sentirão no fluxo de caixa o caos dessas medidas abusivas,
pois certamente o consumo de muitos passará por uma reestruturação, pois a
prioridade serão as contas básicas e alimentação.
Enquanto
isso os ricos sonegadores gozam de imunidade na hora do ajuste e me vem a
memória a leitura de duas obras excelentes para o entendimento dessa conjuntura
que são: “Ricos, Podres de Ricos” e “A Riqueza Desmistificada” ambas do
Professor da UFRGS Antonio David Cattani que ao elucidar nuances do processo de
acumulação de riquezas , me faz entender a quem Paulo Guedes serve e por
consequência a quem “A família real bolsonarista” e o Governador Eduardo Leite
também procuram servir.
E
a grande parte do funcionalismo gaúcho, se não tiverem outro ofício para
reforçar o orçamento doméstico, em um período não muito distante estarão
fadados a extinção.
Referências Bibliográficas:
CATTANI, Antonio David. "Ricos e Podres de Ricos". Ed. Tomo Editorial, Porto Alegre - RS. 2014.
CATTANI, Antonio David. "Desmistificando a Riqueza". Ed. Marca Visual. Porto Alegre - RS. 2013.
Muito boa a referência ao professor Cattani. De fato, Paulo Guedes é o malvado favorito dessa extrema direita mercadista que está aí.
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