sexta-feira, 8 de maio de 2020

Quando a descida do palanque é inviável: (Des)governos e (Des)caminhos da democracia



Daniel da Luz Machado - Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.






             Percepções ideológicas, de como cada cidadão, gostaria de ver a condução pública de sua sociedade, muitas vezes apresentarão antíteses que os candidatos a cargos eletivos durante suas campanhas utilizarão no intuito da captação de votos. Tudo bem! Isso é parte do jogo na esfera da democracia representativa.

                Candidatos a cargos públicos dos poderes legislativos e executivos procurarão adentrar e militar em espaços partidários, cujo os princípios dogmáticos contemplem sua visão de vida e pautados nesses princípios tentarão levar suas propostas e mensagens aos eleitores que se identifiquem com suas propostas. Isso tudo deveria acontecer no período pré eleitoral e após o encerramento dessa etapa, aqueles que lograram êxito em seus intentos deveriam organizar suas agendas não apenas para cumprirem o maior número de itens da suas plataformas, mas para legislarem e governarem igualmente aos demais que por outra opção não lhes conferiram o voto.

              O mandato de um cargo no legislativo ou executivo, deveria oportunizar ao cidadão eleito uma visão contemplativa do todo. Após a eleição, revanchismos e contemplação de apenas um grupo de apoiadores deveria ser inadmissível. O bom candidato eleito deve buscar o equilíbrio e coerência de suas atitudes e de forma imediata descer do palanque.

                 O Presidente Bolsonaro é provavelmente um dos estadistas (Se é que possamos qualificá-lo assim) que mais ignorou esse preceito no Brasil Republicano. Não bastasse toda sua inépcia para exercer qualquer cargo público e seu comportamento pessoal abjeto, o mesmo não desce do palanque em momento algum.

              Sua retórica inconsistente, agressiva e sem o mínimo de educação que a liturgia do cargo exige, explicita que o seu governo não é para a nação brasileira como um todo, mas apenas para seus apoiadores que nem por uma fração de segundos ousem a discordar de sua plataforma. Bolsonaro é mal educado, machista, racista, intolerante, obscurantista , violento, prevalecido das prerrogativas do seu cargo e só consegue governar para aqueles que se identificam com seu baixo nível humanístico e sua profunda inconsistência intelectual e por tudo isso cerca-se no seu ministério e demais apoiadores de pessoas semelhantemente desqualificadas que estarão em estado eterno de campanha política endossando sua estupida trajetória.

          Em tempos Bolsonaro não tem projeto de governo e por isso não descerá do palanque e nem suavizará seu discurso. Bolsonaro precisa do seu púlpito e de seus lunáticos fiéis lhe dando sustentabilidade. Caso tente descer, irá se deparar com a necessidade de governar e sobre isso ele não tem a menor ideia de como agir. Bolsonaro é como o cão que avança nas rodas do carro em movimento. Se o carro parar ele não sabe o que fazer com a roda, talvez apenas mije nela, sacuda o rabo e volte para a beira estrada esperando o próximo carro passar.

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