A instituição escola e o aluno do
século XXIl.
Letícia Roxo é licenciada em História pela FAPA, professora da rede pública estadual.
A
sociedade, com o passar de algumas décadas, se transformou muito, prioriza a
agilidade, informação, tecnologia. A escola neste contexto também mudou, em
parte. Temos alunos que pertencem a sociedade moderna, com características
atuais, mas uma instituição que ainda não se adaptou a essa realidade na sua
totalidade.
Atualmente, o aluno tem informação
disponível em vários meios, tais como, televisão, internet, revista, jornal. E
ele utiliza destes meios todos, muitas vezes, ao mesmo tempo. O que lhe
proporciona absorver a informação, mas o que não significa compreendê-la e
interpretá-la. O aluno busca agilidade, rapidez e as multitarefas realizadas ao
mesmo tempo. Este aluno representa a sociedade atual. Nos dias de hoje não há
como conseguir fugir da tecnologia. Ela está presente em todos os lugares: autoatendimento
do banco, supermercado, cinema, no celular. Nada mais justo que a escola se
adapte a nova era e passe a usufruir destas ferramentas tecnológicas, pois os
alunos já as utilizam e parecem estar a “anos-luz” a nossa frente.
No entanto a escola precisa se
reformular, se adaptar a essa realidade. Temos ainda muitas dificuldades
pedagógicas e culturais para tanto. Temos uma escola, ainda conteudista, rígida
no que se refere a currículo, antiquada tecnologicamente e com algumas
resistências a modernização. Embora tenhamos muitos professores buscando
inovar, se qualificar, trabalhar utilizando novos recursos e modernizar suas
metodologias, ainda percebemos uma grande resistência docente.
Infelizmente a escola não avançou
muito em relação ao avanço da tecnologia, da mudança do perfil do aluno, e do
interesse curricular sobre essa nova realidade. Precisamos entender este
processo para intervir nele. Cabe a nós
fazermos parte da sociedade tão ágil e moderna.
O professor, na grande parte, tem
interesse em se modernizar, em utilizar novos recursos e modificar sua prática
em sala de aula para atender esse novo aluno. Porém não sabe exatamente como
fazer, ele clama por ajuda, formação, qualificação. Precisamos de exemplos, de
incentivo, de infraestrutura para podermos nos atualizar.
O papel da equipe diretiva e da
mantenedora da instituição de ensino neste contexto é apoiar seus professores,
incentivar e divulgar formações continuadas, fazer um levantamento dos docentes
que necessitam de ajuda e os que podem ajudar fazendo uma rede de cooperação
intra e extraescolar. Da mesma forma a escola necessita fazer um levantamento
do perfil dos seus alunos, conhecer seu contexto social, suas habilidades e
interesses. Não esquecendo a parte física das escolas, procurar manter seus
acervos atualizados, laboratório de informática funcionando. Materiais e
equipamentos diversos solicitados pelos professores. Sabemos da dificuldade de
se administrar os recursos escassos do governo, mas é necessário ter
prioridades.
Quanto a minha atuação profissional
diante desta realidade tão complexa é a de buscar, sempre que possível, atender
as necessidades dos meus alunos, com as ferramentas que tenho disponíveis.
Procuro trabalhar o conteúdo curricular que me é imposto relacionando com a
atualidade. Realizando trabalhos diferenciados em sala de aula. Mas muitas
vezes vejo o que é necessário ser feito, mas sou barrada na dúvida de como
fazer. Procuro me atualizar, fazer cursos, mas ainda estou engatinhando no que
diz respeito a práticas mais condizentes com a essa nova perspectiva de
sociedade e de aluno. Procuro pesquisar com os alunos seus interesses
e como gostariam de realizar tal tarefa. Promovendo a interatividade e a
participação em sala de aula, mudando muitas vezes meu planejamento para anexar
ideias de alunos e colegas. Compreendo a necessidade de alteração do meu plano
e tento, sempre que possível, alterá-lo para atender as necessidades e
expectativas dos alunos. Sinto-me satisfeita quando os resultados e objetivos
são alcançados, mas um pouco desconfortável com certas mudanças que fogem
completamente do meu campo de domínio. O que analisando mais friamente, chego à
conclusão de que é normal, pois certas situações nos tiram da “zona de
conforto”, nos fazem conhecer o temido desconhecido.
Como aprendiz sou curiosa, o que acredito que seja o
primeiro impulso para o aprendizado. Minha prática docente me faz procurar conhecimentos
múltiplos para atender meus alunos. Sou adepta das inovações, da tecnologia,
recursos digitais e procuro conhecer os que se apresentam disponíveis para a
ação da minha profissão. Percebo a necessidade de ampliar e colocar em exercício
minhas ideias pedagógicas. Pois, realmente, acredito que o uso de ferramentas
como internet, computador, celular podem ajudar a desenvolver a aprendizagem
dos nossos alunos, qualificando o conhecimento que constroem.
Mas a realidade ainda nos mostra que
a maioria dos professores está intimidada pela necessidade de aprendizado
tecnológico e que luta contra o uso, pela falta de conhecimento. Acredito que a vontade de mudar do
professor e a escola são a chave para a transformação. E que as formações, os
cursos, as trocas de experiências veem ao encontro dessa mudança tão desejada
por nós que pensamos e realizamos a prática pedagógica. Afinal, nunca é tarde
para aprender, para agregar ferramentas, métodos. Cabe a nós, professores, sermos agentes transformadores.
Muito Bommmmmm.....:-)
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