Daniel da Luz Machado é Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Judas Tadeu e Bacharelando em Ciências Sociais pela UFRGS
Reconstrução de caminhos não tão fáceis para estabelecer uma
agenda positiva para população brasileira
A
derrocada da esquerda brasileira nas urnas, desde 2014, vem sendo
evidenciada a “olhos nus” e bem destacada na “nada tendenciosa”
grande mídia brasileira. Neste declínio eleitoral, uma
série de agendas progressistas e propositivas de políticas sociais
mais abrangentes deixa de avançar na esfera pública e por
consequência deixam de contemplar uma numerosa quantidade de
brasileiros que aos olhos dos poderosos, simplesmente saíram do
campo de visão.
A
eterna disputa política entre dois polos antagônicos (às vezes nem
tanto) a julgar pela sua práxis, acentua um radicalismo e uma
intolerância cada vez mais assustadores no cotidiano.
A
esquerda que vem sofrendo derrotas acachapantes, mesmo que, diante de
um governo federal pautado pela falta de ética e golpismo e de um
governo estadual bizarro capitaneado por Sartori e seus seguidores
volta-se agora para reflexões que já deveriam ter sido efetuadas
anteriormente, tipo: Somente há verdade em nossas propostas? Estamos
isentos aos erros estratégicos? Como devem ser encaradas as
coligações e demais negociações partidárias? Como amplificar
nossas vozes? e tantas outras indagações que o resultado nas
urnas acabou impondo.
Durante
essas reflexões, algumas pessoas vêm destacando certa postura
arrogante da esquerda abstendo-se do diálogo, o que em parte,
concordo e visualizo. Mas e aquelas pessoas que nos chegam dispostas
a não ter diálogo? Que nos chegam com toda sorte de preconceitos
enraizados e nenhuma perspectiva de aceitar algo fora do padrão
heteronormativo, do seu grupo étnico, ou da sua classe social?
Pessoas que gritam diante de nós clamando pela volta da ditadura
militar? Pessoas que se enfurecem com programas sociais e se calam
diante das mamatas inaceitáveis dos Políticos e dos Magistrados?
São
dúvidas que a minha reflexão me traz e confesso me sentir um tanto
quanto impotente em como dirimi-las, mas algo é certo, é imperioso
que a esquerda reflita em conjunto, troque experiências e que
paulatinamente em nosso cotidiano apare essas arestas e consiga se
comunicar com parte desse grupo mais intransigente, pois o País
contempla a todos e não apenas os que comungam de sonhos de um mundo
mais plural e amplamente respeitado.
Saber
ouvir é fundamental, para que possamos aos poucos também ser
ouvido. Enfim não colocar em um balaio de gatos os pensamentos
destoantes, sob o risco de continuarmos perdendo espaços
fundamentais e por via de regra perdermos todos enquanto sociedade.
Afinal
de contas onde está escrito que um adversário ideológico está
proibido de ter ideias plausíveis? Ou nos reinventamos ou podemos
ficar alijados das esferas que decidem, pois a “Direita” soube
cooptar um público que nem era tão extremista e soube se articular
para se solidificar eleitoralmente e definir as políticas de acordo
com suas convicções.
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